Por Alfredo de Assis Gonçalves Neto
Excelentíssimo Senhor Presidente da Academia Paranaense de Letras Jurídicas, Carlyle Popp; Excelentíssimo Senhor Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Edson Fachin; demais autoridades já nominadas; prezados Confrades; minhas senhoras e meus senhores!
Quero iniciar este pronunciamento pedindo-lhes indulgência para com nosso Presidente por me ter designado para a tarefa de representar neste ato os ex-presidentes homenageados. E o peço porque me coloco entre aqueles que, quando homenageados – já o dissera Mário Quintana –, sentem-se como se tivessem levado uma surra às avessas: os elogios deixam-nos “naquele estado horrível e sem palavras para revidar”.
Quisera eu falar dos feitos dos ex-presidentes que aqui represento, mas o momento é de agradecer. Preciso expressar, por isso – e tenho certeza de que esse é o pensamento de nós todos, a começar por João Casillo, passando por mim e pelos confrades Luiz Edson Fachin e Munir Karan -, que nos sentimos extremamente honrados com a homenagem que nos é prestada. Sob minha ótica, vejo-a como uma benevolência pelo fato de termos feito o que pudemos fazer com o pouco que tínhamos. Nossa Academia era uma pasta de documentos que, enquanto presidentes, mantivemos sob nosso abrigo até receber o espaço que nos foi cedido pelo presidente da OAB-PR, José Augusto Araújo de Noronha (a quem tem de ser rendido nosso reconhecimento), localizada no antigo, mas restaurado prédio da Rua Cândido Lopes, ali defronte à Biblioteca Pública do Paraná.
Não é caso de enumerar os feitos materiais e, principalmente, culturais de nossa trajetória diretiva, mas de resumir, destacando que tentamos e estamos a construir – aqui incluído o Presidente Carlyle Popp – um espaço para cultuar os escritores que engrandecem as letras jurídicas do Paraná. Esse espaço está sendo erigido aos poucos visando a alcançar a projeção que merece. Falei “aos poucos”, sim, porque, na imorredoura lição de Joaquim Maria Machado de Assis, o Bruxo do Cosme Velho, idealizador de todas as academias de letras brasileiras: “é com pingos d’água que se alagam as ruas.”
Afinal, a Academia Paranaense de Letras Jurídicas, se já não é, pretende ser, dos paranaenses, o referencial e a sentinela de sua cultura jurídica.
Retomando o que disse na abertura desta fala, faltam-me palavras – faltam-me as palavras certas para bem expressar o que nós, ex-presidentes, gostaríamos de dizer nesta ocasião solene; por isso, esperando o perdão de todos por tão breve alocução, encerro-a socorrendo-me dos dois afadigados vocábulos que, sincopada e singelamente, revelam nossa gratidão pelo quanto somos aqui distinguidos: “Muito Obrigado.”
Sala das Sessões Plenárias do Tribunal de Justiça do Paraná.
Curitiba, 7 de dezembro de 2018.
ALFREDO DE ASSIS GONÇALVES NETO